terça-feira, 1 de março de 2011

Estamos vindo de duas reuniões de pais consecutivas (a primeira às 14 e a outra às 16h). Exausto, mas extremamente feliz e realizado por vários motivos. O quantitativo de pais e responsáveis presentes superou toda e qualquer expectativa, diria sem medo de ser feliz ou presunçoso ou mentiroso e para fazer inveja a alguns colegas, chegando a computar entre 70 e 75% de curiosos e questionadores pais. Percebeu-se, no pós reunião e pelo número expressivo dos que ficaram para "uma palavrinha" extra, que os dois momentos foram constitutivos de uma bela e duradoura parceria. Tomara que perdure, no mínimo, por esse ano letivo.
Com bases nessa, digamos, alegria, é que resgatamos um texto produzido em 2008 e que se espera que toda essência do mesmo seja uma constante na vida escolar dos filhos daqueles responsáveis ali presentes, meus queridos orientandos.

Quem meu filho beija, minha boca adoça.

Francisco Carlos de Mattos*
(Artigo científico)

Diante das macro-violências que assolam o mundo nos últimos tempos, construímos um hábito doentio de não prestar atenção nas micros que estão a rondar o nosso cotidiano. Qualquer convite oriundo das instituições as quais fazemos parte (família, escola, igreja, clube, partido político, etc.) para nos falar de nossos filhos, sentimos o característico "frio" na barriga e logo pensamos:
_ O que será que foi dessa vez? Meu Deus do céu, oh fase da vida difícil de aturar, essa adolescência!
Tal pensamento é o resultado das micro-violências que vão, paulatinamente, se constituindo e construindo o nosso cotidiano. Um não pedido de desculpas quando estamos errados, uma fisionomia fechada; enfim, os hábitos benéficos da saudosa e velha "boa educação", da gentileza de ajudar os mais velhos (antigamente esse termo não tinha a conotação violenta que adquiriu hoje!) a atravessar uma rua, de ceder-lhes o lugar no transporte coletivo, de cumprimentar as pessoas na rua com um vibrante bom dia, boa tarde ou boa noite, ficaram obsoletos e deixados nos recônditos da humanidade. Cidadania era o fenômeno indicativo de que as pessoas tinham, não figuradamente, seus direitos respeitados pelo outro e, reciprocamente, se sentiam no dever de, também, fazer o mesmo.
A chamada pós-modernidade, aligeirando a tudo e a todos, ao mesmo tempo em que encurta distâncias e aproxima pessoas, proporciona um pseudo-conforto, nos dá a impressão de facilitação da vida (tudo isso enquanto resultado e reflexo do fenômeno denominado globalização), pode, outrossim, agilizar e ampliar as diversas violências ou, parodiando o escritor Sérgio Porto (Stanislaw Ponte-Preta), criando o FEVIAPÁ (Festival de violência que assola o país).
Tudo isso é motivo para nos apavorar, quando somos chamados, por exemplo, a comparecer à escola, ao colégio de nossos filhos. Dificilmente, diante desse caótico contexto político-sócio-econômico e cultural do mundo de hoje, acreditamos que nos chamaram para agradecer pelos filhos que temos e pelos alunos que são.
Infelizmente é fato: não que desacreditemos das eficiência e eficácia de nossos filhos; mas, o caos nos cega e nos faz esquecer de que eles não fazem nada mais além do que as suas obrigações!

Texto escrito em Quarta-feira, 9 de julho de 2008

* Orientador Educacional da rede pública de ensino do município de Cabo Frio - RJ

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