A escola, como instituição social, cumpre uma função que lhe é específica, qual seja, a de assegurar a formação educativa escolar para todas as crianças, jovens e adultos do país. Sua trajetória mostra conquistas, como a ampliação do atendimento a quase todas as crianças em idade escolar, ao mesmo tempo em que evidencia enormes problemas, como a sonegação do ensino público, com qualidade, para boa parte da população que nela está inserida.
As políticas educacionais implementadas nos últimos vinte anos acabaram por impor às escolas um excessivo controle, que tem dificultado sua organização a partir de projetos político-pedagógicos próprios e emanados do trabalho coletivo de sua comunidade. Em decorrência, estão perdendo a possibilidade de se recriar frente às novas demandas sociais, padecendo com a imposição curricular praticada em várias redes de ensino, com as múltiplas avaliações externas (que privilegiam resultados em detrimento de processos educacionais), com a precarização e intensificação do trabalho dos professores, entre outros aspectos. Toda essa situação caminha no sentido do esmagamento de possíveis projetos institucionais e pedagógicos com identidade própria, causando o empobrecimento das práticas docentes e a deterioração da qualidade da formação disponibilizada aos alunos.
A escola pública pede socorro!
Nós educadores que ainda acreditamos numa sociedade que se torne justa e solidária pela socialização e partilha de saberes, de conhecimentos e de valores, estamos convocados a responder a esse grito de alerta. Nunca é demais perguntar: que sociedade queremos para os brasileiros das gerações futuras? Sem medo de pieguice, podemos afirmar que essa sociedade está sendo tecida nos espaços/tempos da escola pública!
É por isso que o momento atual requer o compromisso de todos os setores da sociedade, principalmente o dos educadores, em favor da escola pública, criando possibilidades para o enfrentamento de seus problemas, de modo a fazer cumprir sua função social de assegurar aprendizagens enriquecedoras a todos os alunos, ampliando a perspectiva de direitos, garantida no plano legal.
O XVI ENDIPE coloca em destaque essa problemática e convoca os educadores para refletirem, a partir dos retratos da nossa escola, sobre o que nos cabe como docentes, bem como o que se impõe à Didática e às Práticas de Ensino das diferentes áreas do conhecimento e o que pode se renovar por meio de nossas ações.
Desde sua criação, no início dos anos 1980, os ENDIPEs constituem espaço privilegiado para a apresentação e o debate de pesquisas, estudos e experiências que buscam responder questões emergentes da educação brasileira. Tendo por tema geral: DIDÁTICA E PRÁTICAS DE ENSINO: COMPROMISSO COM A ESCOLA PÚBLICA, LAICA, GRATUITA E DE QUALIDADE – o XVI ENDIPE se propõe a ser um espaço de articulação de trabalhos que, ao considerarem o ensino como prática social e com base nos campos teórico e disciplinar da Didática e das Práticas de Ensino, indiquem caminhos e perspectivas teóricas, metodológicas e políticas para a superação dos entraves que geram cada vez mais uma desigualdade social, a partir da sonegação do ensino de qualidade, como direito de todos que passaram a ter acesso à escolaridade.
Texto de apresentação do XII ENDIPE. Disponível em www.endipe2012.com.br. Acesso e captura em 19/10/2012.
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